COMENTANDO AS RESPOSTAS DA ORIENTADORA FRAN RODRIGUES PROPOSTAS POR MIM
1. Como Laymert faz distinção entre cibernética e cultura digital? Enquanto cultura digital, para Garcia, compreende apenas a midiatização e digitalização da cultura, a cibercultura ou cultura cibernética engloba toda a reconfiguração do mundo e do pensamento sobre o mundo. Laymert Garcia busca no termo cibercultura uma diferenciação para evidenciar que não se trata de viver, agora com o aparato digital, as mesmas coisas que já vivíamos antes. Ele quer evidenciar uma ruptura com o tradicional e a existência de modificações estruturantes da sociedade, do homem e do conhecimento que produzimos. 2. Laymert, em sua entrevista, fala do déficit de pensamento dos brasileiros sobre o potencial da nova cultura em que vivemos, citando que os brasileiros ainda não perceberam as mudanças que vêm ocorrendo. Porque isso acontece? E é a não compreensão dessas mudanças, ou da dimensão delas, que faz com que o Brasil se encontre nesse "deficit de pensamento" ao qual Laymert refere-se. Não é que não estejamos pensando a respeito, mas que tais questões ainda não extrapolaram a discussão teórica. Penso que há, no Brasil, um abismo entre a percepção intelectual acerca das mudanças do mundo e sua aplicação na política e na economia. Nesse âmbito prático, seguimos com as cartilhas euro-americanas, sem nos dar conta que elas são inadequadas para a atualidade, o que poderia ser facilmente identificado tendo em vista as grandes crises em que se encontram esses países. 3. A respeito da associação de diferentes linguagens, Laymert diz que: “...Não faz sentido, num momento que está todo mundo tentando ver justamente as conexões transversais, você está defendendo o seu território, que é território disciplinar, que já morreu no moderno.” Comente esta afirmação. Quanto à afirmação: “Não faz sentido, num momento que está todo mundo tentando ver justamente as conexões transversais, você está defendendo o seu território, que é território disciplinar, que já morreu no moderno", o autor o diz a respeito das reservas de mercado e da compartimentalização que persistem entre os profissionais brasileiros. Num contexto histórico que tende às mais amplas conexões e que a todo tempo desafia a eficácia dos muros e fronteiras - inclusive geográficas -, muitos ainda defendem seus compartimentos, teóricos e práticos, como territórios de dominação, de posse. Isso certamente ocorre por medo de que, abrindo-se ao novo, haja perda do poder simbólico que as pessoas encontram no suposto conhecimento enraizado pela experiência e pelo tempo. Contudo, o fazem sem perceber que esse enraizamento já não é válido, ou não suficiente, para a dinâmica atual. COMENTÁRIOS: Fran, as questões foram respondidas de forma clara e coerente, fazendo com que o leitor compreenda o conteúdo. Gostei muito da resposta da questão 1, você conseguiu expressar exatamente a ideia do autor ao dizer que Garcia quer evidenciar uma ruptura com o tradicional e a existência de modificações estruturantes da sociedade, do homem e do conhecimento que produzimos. Na questão 2, acredito também que os brasileiros também devem deixar de seguir modelos de outros países e construir sua própria cartilha. A questão 3 esclarece todo o pensamento do autor. |